De Projetos a Produtos de Dados: como workshops colaborativos aceleram a transformação na era da IA

 De Projetos a Produtos de Dados: como workshops colaborativos aceleram a transformação na era da IA

ARTIGO POR: PAULO CAROLI – Palestrante AI&Data Leaders 2025

De projetos a produtos — e agora, produtos de dados

O desenvolvimento de software está mudando — e rápido. A clássica estrutura de projetos está perdendo espaço para um modelo mais flexível e contínuo: o de produtos. Só que esse movimento foi além da interface. Hoje, o que está no centro da transformação são os dados.

Estamos construindo produtos de dados — ativos digitais pensados desde o início para gerar valor contínuo, com regras de uso e governança embutidas, e que servem de base para sistemas inteligentes e decisões em tempo real.

Nesse novo cenário, abordagens como Data Mesh, Data Fabric e o conceito de Data-as-a-Product têm ganhado destaque por um motivo simples: elas ajudam as organizações a lidar com a crescente complexidade dos dados de maneira mais estruturada e escalável.

Data Mesh: descentralização com contexto

Criado por Zhamak Dehghani, o Data Mesh surgiu como uma resposta aos limites dos modelos centralizados de dados. A ideia é simples: cada domínio de negócio passa a tratar seus dados como produtos — com qualidade, documentação, interface e um time responsável por eles.

Esses produtos de dados precisam ser fáceis de encontrar, acessar, entender e reutilizar. Tudo isso com governança embutida e foco na interoperabilidade entre domínios. É uma mudança cultural, arquitetural e organizacional.

Data Fabric: conectividade e automação em escala

O Data Fabric, por outro lado, se apoia mais na tecnologia. Ele propõe uma camada unificada e automatizada para integrar dados de múltiplas fontes e ambientes (nuvem, on-premise, SaaS, etc.). Usa metadados ativos, automação e até machine learning para facilitar o acesso aos dados, onde quer que estejam.

Se o Data Mesh parte de uma organização em torno de domínios, o Data Fabric atua como uma “malha inteligente” que costura e orquestra o uso dos dados em tempo real. Um complementa o outro.

Mas no centro de tudo: gente alinhada

Apesar das diferenças entre os dois modelos, uma verdade permanece: dados só geram valor quando estão conectados aos objetivos do negócio. E isso exige mais do que arquitetura. Exige alinhamento entre as pessoas.

É aí que entra a Lean Inception — o workshop colaborativo que criei para ajudar times a responder, juntos, a uma pergunta crucial: “O que vamos construir? E por quê?”

Lean Inception para produtos de dados

Quando o que está em jogo são produtos de dados — sejam dashboards, APIs analíticas, pipelines de machine learning ou modelos de IA — a Lean Inception oferece uma estrutura valiosa para:

  • Conectar visão de negócio com a realidade técnica desde o início;
  • Explorar e priorizar hipóteses de valor de forma colaborativa;
  • Planejar entregas incrementais, viáveis e mensuráveis;
  • Incorporar governança e responsabilidade de forma distribuída — como pede o Data Mesh.

Essa estrutura fica ainda mais poderosa quando combinada com práticas como Design Thinking, Lean Startup e abordagens ágeis.

Clareza coletiva em tempos de complexidade

Hoje falamos em event-driven architectures, analytics em tempo real, LLMs, agentes autônomos e mais uma dezena de buzzwords. Mas o que realmente diferencia uma equipe é a clareza coletiva sobre o que está construindo.

Modelos como Data Mesh e Data Fabric oferecem as fundações técnicas. Mas sem diálogo estruturado, colaboração intencional e alinhamento entre as pessoas, a chance de criar algo desconectado do valor real é enorme.

É por isso que a Lean Inception continua sendo uma ferramenta tão relevante. Porque antes de qualquer linha de código ou pipeline de dados, o que transforma é a conversa certa, no momento certo, com as pessoas certas.

Paulo Caroli

Autor do best-seller Lean Inception

Sobre o autor

Paulo Caroli é especialista em facilitação e transformação digital, com mais de duas décadas de experiência conduzindo times por jornadas complexas. Criador da metodologia Lean Inception, ele já ajudou centenas de organizações a definirem, com clareza e colaboração, seus Produtos Mínimos Viáveis (MVPs).

Desde sua dissertação de mestrado sobre inceptions, em 1999, até seu trabalho atual com Data Mesh e produtos de dados, Caroli tem atuado na interseção entre agilidade, colaboração e inovação.

É autor dos best-sellers Lean Inception: Como alinhar pessoas e construir o produto certo e Team OKR in Action: How Real Teams Turn Strategy Into Results. Aliás, OKRs em times de dados é um ótimo tema para um próximo artigo — continue acompanhando.

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